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Bullying na Escola: Sinais, Consequências e Estratégias para Vítimas, Pais e Cuidadores

O bullying nas escolas é uma questão preocupante e complexa que afeta a saúde mental e o bem-estar de crianças e adolescentes. É crucial compreender os sinais, as consequências e as estratégias de apoio para abordar adequadamente este problema, garantindo um ambiente escolar seguro e saudável. Este artigo explora em maior profundidade o bullying, os seus sinais, consequências e diretrizes para a ação.

 

O Que é o Bullying?

A definição de bullying, de acordo com a Associação Americana de Psicologia (APA), refere-se a comportamentos intencionais e repetidos de agressão (física ou verbal), intimidação, humilhação ou exclusão, com o objetivo de prejudicar ou magoar outra pessoa, física ou psicologicamente. O bullying ocorre maioritariamente em escolas e é uma preocupação de saúde pública que afeta crianças em todo o mundo, causando danos emocionais significativos. 

É importante destacar que a maioria dos incidentes de bullying ocorre na presença de testemunhas.

 

Bullying em números

É difícil saber exatamente com que frequência o bullying acontece, porque muitas crianças e jovens que sofrem bullying não contam a ninguém. Ainda assim, os dados evidenciam um panorama preocupante:

  • De acordo com dados de 2017, Portugal é o 15.º país com mais relatos de bullying na Europa e na América do Norte;
  • Em 2019, na Europa, 30% dos rapazes e 28,2% das raparigas sofreram bullying e 33% dos rapazes/19,2% das raparigas fizeram bullying.
  • Entre 2020 e 2021, a PSP registou mais de 1400 ocorrências de bullying nas escolas portuguesas.
  • De acordo com dados de 2022, jovens LGBTQ+ entre os 14 e os 19 anos são vítimas mais frequentes de bullying em Portugal.

 

Sinais de Bullying

É fundamental estar atento aos sinais que podem indicar que uma criança ou jovem está a ser vítima de bullying. Os sinais podem incluir:

  • Alterações de humor (como, por exemplo, apatia, choro, tristeza, raiva, irritabilidade).
  • Mudanças de comportamento sem explicação (como, por exemplo, adotar outro percurso para ir para a escola, isolamento, ansiedade, depressão).
  • Recusa em ir à escola e/ou fugas da escola.
  • Piores resultados escolares.
  • Roupa desalinhada, materiais escolares estragados.
  • Lesões físicas inexplicadas (como, por exemplo, nódoas negras ou feridas sem uma explicação coerente).
  • Sintomas físicos recorrentes (como, por exemplo, dores de barriga ou de cabeça).
  • Dificuldades em dormir ou pesadelos.
  • Alterações do apetite.
  • Comportamentos autolesivos, ideação suicida e tentativas de suicídio.

 

Consequências do Bullying

As consequências do bullying podem ser graves e de longo prazo. De acordo com a APA, as vítimas de bullying estão em maior risco de desenvolver problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e perturbação de stress pós-traumático. Além disso, o bullying pode afetar negativamente o desenvolvimento social e académico da criança/jovem, prejudicando a sua autoestima e autoimagem.

 

Estratégias: O que posso fazer quando sou vítima de bullying?

  • Evitar encontrarmo-nos com o bully. Isto não significa faltar às aulas ou  deixar de ir ao recreio nos intervalos, mas podemos, por exemplo, escolher caminhos alternativos, longe do bully, se for possível.
  • Ignorar o bully, fingir que não o ouvimos e continuar a andar para um sítio onde haja mais colegas e adultos por perto é uma boa estratégia. Os bullies procuram uma reação às suas provocações e, se não a obtêm é mais provável que percam o interesse. 
  • Agir como se nos sentíssemos corajosos/as pode ser o suficiente para parar um bully, pois conseguimos mais facilmente transmitir para não se meterem connosco. 
  • Andar com um amigo no caminho para a escola, durante o almoço ou o intervalo é uma boa estratégia. Pode também ajudar-nos a sentirmo-nos mais seguros. 
  • Contar a um adulto em quem confiamos quando somos vítimas de bullying é muito importante, porque podem impedir o bullying e ajudar-nos a saber o que fazer. Pode ser desconfortável, podemos sentir medo em relação a fazê-lo ou sentir que estamos a fazer queixinhas (não é o caso!), mas o bullying está errado e estamos a ajudar-nos a nós e a toda a gente quando denunciamos um bully!
  • Às vezes, poderá não dar para evitar ou ignorar o bully. Assim, vai ser necessário defendermo-nos a nós próprios e dizer ao bully “Não, pára!”, e de seguida, vamos embora e contamos a um adulto. 

 

Estratégias: O que posso fazer quando o meu filho é vítima de bullying?

  • Ajudar as crianças e os jovens a compreender o que é o bullying e como se podem defender, de forma segura (por exemplo, manter-se perto do grupo de amigos). 
  • Dar conforto, apoio e conselhos sobre como lidar com um bully (por exemplo, dizer “Pára” de forma direta e confiante ou ir simplesmente embora, permanecer junto de adultos ou de outros grupos de crianças).
  • Estabelecer um ambiente de comunicação aberta em que as crianças se sintam à vontade para partilhar as suas experiências e preocupações é fundamental. Pode fazer perguntas como “Diz-me uma coisa boa/má que te tenha acontecido hoje”, “Como é a hora do almoço na escola? Sentas-te com quem? E falam sobre o quê?”.
  • Encorajar as crianças e jovens a fazerem atividades de que gostem e a desenvolver interesses que aumentem a sua confiança e lhes permitam fazer vários amigos/as.
  • Incentivar a criança/jovem a relatar episódios de bullying e reforçar positivamente quando tal acontece.  

 

Conclusão

O bullying nas escolas é uma preocupação séria que requer a atenção de pais, educadores e da sociedade em geral. Ao compreender os sinais, as consequências e ao implementar estratégias de apoio recomendadas, podemos criar um ambiente escolar mais seguro e saudável para todas as crianças/jovens. A educação, o diálogo e o apoio são as ferramentas-chave para combater o bullying e proteger o bem-estar emocional das crianças e jovens vítimas de bullying.

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